I
Sabe aquele arrepio que corta a
pele de tão inesperado e tão gelado? Foi
isso o que ela sentiu naquele momento. Um calafrio intenso e repentino subindo
pelas costas, fazendo seus pelos eriçarem até a nuca. Pensou com um raciocínio lúcido
e lógico que nunca deveria ter entrado naquele casarão.
- Aceita um pouco mais de chá? –
A mulher ruiva perguntou. Luiza olhou assustada para ela, como se tivesse sido
despertada de um sonho. Sua interlocutora sorria amavelmente.
- S-sim, m-mais chá. N-Não fará
mal, não é verdade? – Luiza devolveu um sorriso amarelo. A ruiva disse algo
sobre não demorar, deu a ela as costas e saiu pela porta larga.
Luiza abraçou os próprios ombros
e ajeitou-se mais na ponta do sofá. Havia algo estranho naquela sala, naquelas
paredes.