SUPERDRAMA


Eu dirijo pelo quarteirão da sua casa
tentando me encontrar
Super herói espreitando a chance de salvar o dia
você não sabe
que de todos os meus superpoderes
o que eu mais uso é calar
Não quero falar com você, não quero te ver
e te procuro em cada esquina
para oferecer uma carona num dia de chuva.
Me deixa te salvar!
Torço o nariz para a música no radio
E ainda assim


Lembra aquela manhã de julho? Chovia sem parar
A bainha da sua calça suja de lama
Eu sorrindo feito balão hélio solto no ar
Você entrando no meu carro
Eu toda naturalidade de photoshop
E Sara Bareilles entregando minha identidade secreta
de como a gravidade ata minha vontade aos seus sapatos
Não precisa de muita coisa para você me fazer feliz
basta me deixar ficar a cinco passos de proximidade
Escutando suas reclamações fazerem o sol nascer
Também não precisa de muito pra tirar meu chão
No fundo sou feita de um papel vagabundo,
Heroína mal desenhada de uma HQ qualquer.

Tem tanto que eu queria te contar, das coisas mais bobas
tanto que eu queria esconder
Dos livros que eu não li, das músicas que eu não escuto
Mas parece que heróis não sabem mentir
ou você é a kriptonita que revela minhas fraquezas
Te conto toda minha vida
Te nomeio meu terapeuta
Até invertermos a ordem
e quando chega a hora de despedir-se
Percebo o quanto sou humana
Minha pele longe de ser aço
algo cortante percorrendo a carne
e finalmente descobri para que serve a capa vermelha
Eu tenho essa maldição de Lana Lang
saindo de cena a sombra de Lois Lane
Ela te leva até sua casa à noite?
O player do carro estragando meu autocontrole
Maldito Bumblebee!




Esquece! Já é tarde! Boa noite!
Antes de dar a partida, seguir como se fosse nada
Não é nada!
Faço uma piada antes de você entrar

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